Concerto: Transeuntis Mundi Deriva OIKOS
No domingo 17/11/24, a exposição se encerra com um concerto às 18h30 com entrada franca. Trata-se de uma apresentação performática, ao vivo, que explora a linguagem sensorial compartilhada entre a arte visual, sonora e a música. Criado a partir de uma proposta transdisciplinar, transmídia e colaborativa, que combina interação humana e a inteligência artificial para criar sob fotografias, cinema, sons e música.
Em meio às projeções Transeuntis Mundi, as obras sonoras foram criadas por vários compositores transculturais – originários dos territórios por onde Deriva Oikos passou. São compositores da Colômbia, Brasil e Estados Unidos. Atendendo a um convite do Projeto Transeuntis Mundi, esses compositores trabalharam sobre as temáticas e o arquivo sonoro e transcultural deste trabalho e apresentaram uma panorama de composições. Para esse concerto, uma proposta que combina formas vocais atuais e ancestrais se combinam à música eletrônica, numa proposta bastante vanguardista. Composto especialmente para esse lugar, o concerto promete transformar a acústica da cúpula do Caminho Niemeyer num grande instrumento musical.
A obras audiovisual é criadas em tempo real, através de uma ação generativa de inteligência artificial utilizando as fotografias sonoras do acervo Transeuntis Mundi. O resultado é uma criação sempre surpreendente e expressiva, centrada nas cores, formas e texturas da transculturalidade e da ecologia, da caminhada humana e suas matizes.
O concerto na cúpula explora em seu formato arquitetônico a forma das criações Transeuntis Mundi: o circular ou o “redondo”. O circular está nas gravações em 360 graus, no espaço da realidade virtual, nas fotografias, na espacialização das sonoridades – e no formato da cúpula de Niterói, desenhada pelo arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer. Um sistema de som a múltiplos canais torna a imersão do público uma experiência audiovisual circular e itinerante, pois o público anda pelo concerto, e dessa forma explora as diferentes interações acústicas com o espaço da cúpula.
O concerto apresenta convidados especiais: o grupo colombiano de música contemporânea MUSUX, integrado por Prof. Rodrigo Henao (diretor), Esteban Henao, Rafael Mejía, Alejandra Cárdenas, Ximena Sánchez, Sebastian Martínez, Juan Esteban, Ana María Franco, Isabel Gómez e Estefa Roncancio, composto por vozes, flautas andinas, trompete, sintetizadores e piano. O concerto tem direção artística de Cândida Borges e Gabriel Mario Velez, e participação especial de artistas locais, como a soprano Denise Hoffstra e do cantor baiano Daniel Mã.
PROGRAMA
Chiu Sapa Pono? – Rodrigo Henao, sobre canto indígena da fronteira Brasil-Colômbia, etnia Ebera-Chama
Cantame Terra – Rafael Mejía
Abre Camino – Alejandra Cárdenas Jaramillo, sobre Canto Lucumi de Orisha n.1, afro-religiões do Caribe e Colombia
Terra, Tierra – Ximena Sánchez Martínez
Elementos – Daniel Mã
Canto a Yemanjá – Cândida Borges
MÚSICOS:
Cantores: Cândida Borges, Alejandra Cárdenas Jaramillo, Ximena Sánchez Martínez, Denise Telles Hoffstra, Daelene Wilson
Piano e teclados: Cândida Borges, Alejandra Cárdenas Jaramillo, Ximena Sánchez Martínez
Flautas: Rodrigo Henao
Trompete: Rafael Mejía
Performance e texto: Cândida Borges e Gabriel Mario Vélez
Refletimos sobre as obras de arte que nascem de ideias coletivas, que nos permitem compartilhar nossa diversidade artística em torno de um mesmo objeto. Criando, pesquisando e aprendendo novas disciplinas, nos levam a um rigor metodológico e investigativo da criação artística. Exploramos conjuntamente as possíveis camadas de informação geradas pela transversalidade das diferentes disciplinas envolvidas, buscando uma simbiose significativa entre elas, o que nos permite não só observar, mas também fortalecer as relações que surgem na criação interdisciplinar, para o crescimento pessoal e grupal. Escolhemos um projeto de interesse comum que atenda às expectativas do grupo a nível conceitual e criativo, e nos concentramos na inovação dos processos de produção e realização das obras.
Ao longo de sua existência, o Grupo MUSUX alcançou bons resultados. Em 2016, recebeu um dos projetos de pesquisa internos da Universidade EAFIT, chamado “Do Outro Lado da Córnea”, realizado em colaboração com o curso de pós-graduação em Escritas Criativas da Universidade. Sua conclusão incluiu dois concertos: um no Museu de Arte Moderna de Medellín e outro na Casa Teatro do Poblado. Um dos projetos realizados pelo grupo, chamado “Prisma Sonoro”, foi vencedor da bolsa de estímulo à criação da Prefeitura de Medellín em 2018. Ainda nesse ano, em colaboração com o grupo “Decibeles”, criou-se “Ofertório das Esferas”, um concerto realizado na Catedral Metropolitana de Medellín com coro, quinteto de sopros, órgão e música eletroacústica, com um sistema espacializado 8.1.
Desde a criação do MUSUX, realiza semestralmente um concerto chamado “Biosfera Sonora”, no qual são apresentadas composições e projetos individuais e coletivos do grupo. Dentre estes, destacam-se: a suíte “Paranoia” das Doenças Mentais, a instalação “Museu dos Esforços Inúteis” exibida na Sala U da Universidade Nacional de Medellín, “Sonhos” e “MUSUX 10 ANOS” com a Orquestra Sinfônica da EAFIT. Outras colaborações notáveis incluem “Deriva Animal”, apresentada no Parque Linear da Fronteira em Medellín, pertencente à “Biofilia IX” do grupo “Sense”.
Musux: https://grupomusux.wixsite.com/musux
Proyecto “Prisma Sonoro”: https://www.youtube.com/watch?v=cNjywKBA-wQ&t=13s